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O Engano da Perfeição no Código

Quando falamos de programação, a busca pela perfeição sempre surge. Desde os primeiros passos nesse mundo da codificação, somos incentivades a criar o código perfeito — limpo, sem erros e otimizado. Vivemos rodeades de vários tutoriais que nos mostram “soluções ideais”, como se existisse uma fórmula mágica para atingir a perfeição. Só que, no fundo, sabemos que essa busca não é muito realista.

A perfeição no código é uma construção inatingível. A cada linha que conseguimos escrever sem falhas, há sempre uma nova maneira de otimizar, uma nova técnica ou ferramenta que promete deixar tudo mais eficiente. É uma busca incessante por algo que nunca chega completamente, uma corrida contra um ideal que, por sua natureza, não pode ser alcançado. Isso nos leva a um ponto crucial: a obsessão por perfeição nos prende em um ciclo de autocrítica constante, nos fazendo acreditar que estamos sempre atrás da melhor solução possível, enquanto nos afastamos da realidade pragmática do desenvolvimento.

Eu mesma já me vi nesse dilema. Passei dias tentando refinar um código que já estava funcional, mas que, por algum motivo, não parecia perfeito. Revisava e reescrevia, testava soluções, buscava o código mais enxuto, mas sempre havia algo que poderia ser melhorado. É como se, ao olhar para o código, nunca visse a versão final, mas uma sequência infinita de melhorias possíveis. O paradoxo da perfeição na programação é que ela nos coloca em uma posição de constante insatisfação. O que é considerado "bom" ou "suficiente" nunca parece ser o bastante, e a sensação de fracasso nunca nos abandona, mesmo quando o projeto está, objetivamente, funcionando.

Essa busca pela perfeição também nos afasta da essência do que é realmente importante no processo de programar: solução de problemas. A programação é sobre resolver questões reais. Podemos criar sistemas belíssimos e funcionais, mas se não cumprem a sua função de maneira eficaz, de nada adianta todo o esforço para alcançar um código perfeito. Em vez de olhar pro código com a obsessão de que ele precisa ser impecável, deveríamos nos perguntar: "O que esse código está realmente resolvendo?" E essa é uma pergunta que esquecemos de fazer.

Eu sei que é tentador buscar a perfeição, especialmente quando estamos rodeados de referências de programadores que parecem ter alcançado essa meta. Mas, ao perseguirmos esse ideal, acabamos perdendo o foco. A verdade é que os códigos mais eficientes nem sempre são os mais bonitos. Eles podem ser simples, até imperfeitos em sua estética, mas funcionam. E, no final, é isso que importa: a funcionalidade, a resolução do problema, a entrega de algo que faz a diferença.

Percebo que a verdadeira habilidade de quem programa não está em todo seu domínio das técnicas mais complexas ou na obsessão pelo código perfeito, mas em sua capacidade de entender o problema em suas várias dimensões e criar uma solução que se encaixe, mesmo que de forma imperfeita. Porque, no final, não há nada de errado em um código que não é perfeito, desde que ele cumpra seu papel. A perfeição no código é, na verdade, um mito que nos desvia do que realmente importa no processo de desenvolvimento: resolver problemas de maneira prática e eficaz.

Por isso, me libertar dessa busca incessante pela perfeição foi um dos maiores aprendizados que tive como programadora. A perfeição é, na verdade, um fardo, uma prisão invisível que nos impede de criar com liberdade e de enxergar a beleza nas soluções mais simples. E, ao abandonar essa obsessão, encontrei algo mais valioso: o prazer de ver o código funcionando, a satisfação de resolver um problema real, e a liberdade de aceitar que a imperfeição faz parte do processo.

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O Caderninho do Fiado Digital: Uma Solução Simples para o Comércio Pequeno

Tudo começou numa tarde comum, durante uma compra no mercadinho do seu Flávio, ali na outra rua do interior. Enquanto ele anotava meus itens num caderno já desgastado pelo uso, perguntou, como sempre faz com es clientes antigues, como andava meu trabalho. Quando mencionei que era programadora, seus olhos brilharam com aquela curiosidade típica de quem lida com números e anotações todos os dias, mas ainda depende de papel e caneta para não perder nada.

"Ah, se eu tivesse um sistemazinho pra isso...", ele disse, folheando o caderninho cheio de nomes e valores rabiscados. "Mas esses programas por aí são complicados demais pra mim, e ainda cobram mensalidade!" Naquele momento, percebi o que muites devs esquecem: tecnologia, para quem vive do comércio diário, precisa ser tão simples quanto um lápis e um papel. Seu Flávio não precisava de planilhas complexas ou sistemas em nuvem – precisava apenas de algo que substituísse seu caderninho, sem complicar sua rotina.

Foi assim que nasceu a ideia deste projeto. Um sistema leve, que roda direto no navegador, sem exigir instalações, cadastros ou pagamentos recorrentes. Algo que seu Flávio pudesse abrir no computador da loja e usar como sempre usou seu bloquinho: anotando o nome do freguês, os produtos que levou e o valor devido. A diferença? Nada se perderia, as contas seriam somadas automaticamente, e ele poderia buscar um cliente em segundos, sem folhear páginas e páginas.

O segredo está na simplicidade. Optei pelo IndexedDB, uma tecnologia que permite armazenar dados diretamente no navegador, de forma persistente. Isso significa que, mesmo se o computador for reiniciado, as informações ficam salvas – assim como num caderno, só que sem risco de rasuras ou páginas perdidas. Não há servidores externos, nem cadastros intermináveis. O comerciante abre o sistema, registra o que precisa e pronto.

A interface foi pensada para ser intuitiva. Não há menus escondidos ou configurações complicadas. Cadastrar ume cliente leva segundos. Adicionar uma compra é tão fácil quanto escrever numa lista. E quando o freguês quita seu débito, basta um clique para marcar tudo como pago – ou remover itens um a um, caso o pagamento seja parcial.

Este projeto não nasceu para revolucionar, mas para resolver. Não é um software ambicioso cheio de funcionalidades que nunca serão usadas. É uma ferramenta feita sob medida para o seu Flávio, para a Dona Maria da quitanda, para e pequene comerciante que ainda lembra cada cliente pelo nome, mas já não consegue acompanhar tantas dívidas no papel.

É o caderninho do fiado, só que sem medo da chuva molhar as páginas, sem letras embaralhadas pelo tempo, e – principalmente – sem aquele sufoco na hora de fazer as contas no fim do mês. Porque no comércio de bairro, onde a confiança ainda vale mais que qualquer contrato, a tecnologia deve servir sem atrapalhar. E é isso que esta solução se propõe a fazer: estar presente quando precisam dela, e sumir quando não for necessária. Simples, como um bom negócio entre vizinhes.

A interface apresenta um sistema de gestão de contas pendentes com duas seções principais: "Gestão de Clientes", onde é possível adicionar e buscar clientes, e "Registro de Compras", onde se insere nome do produto e preço para registrar compras. Ambas as seções possuem botões azuis para confirmar ações, e há uma listagem que exibe clientes e compras registradas, com o total inicial de R$ 0,00. O título "Contas Pendentes" está centralizado no topo com um ícone de livro azul, e o design utiliza cores azul claro e branco, com caixas arredondadas.

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Da Tela Pequena ao Grande Sonho: Construindo Algumas Funcionalidades Dinâmicas e Escaláveis com JavaScript

Atualização assíncrona

Essa semana, implementei uma funcionalidade assíncrona em JavaScript para atualizar a seção de "texto mais recente" da minha página web, proporcionando uma experiência mais dinâmica e envolvente para todes es usuáries. A lógica é bem legal: o script percorre todas as postagens da página inicial, identificando a mais recente com base na data armazenada em um atributo específico. Em seguida, ele utiliza o fetch (uma ferramenta que busca informações de outras páginas) para carregar os detalhes dela, como título, parágrafo principal e data.

Caso algum desses elementos esteja faltando, um console.warn() é registrado para alertar sobre o problema, mas o processo não é interrompido. Ao final, os dados da publicação mais recente são inseridos na seção correspondente, e o link "Leia mais" é atualizado para direcionar à página completa. Se ocorrer um erro mais grave durante o processo, como falha na requisição da página ou ausência dos dados essenciais, o erro é capturado e exibido no console com console.error().

Esse processo é robusto, pois lida com diversos cenários, como publicações sem data ou com dados inválidos, além de falhas ao carregar a página da publicação. Ao longo desse projeto, trabalhei exclusivamente no meu celular, o que reflete a adaptação que conquistei com o tempo. Cada desafio superado me ensinou a contornar as limitações do dispositivo, e essa implementação é um exemplo claro disso.

Armazenamento e escalabilidade

Hoje, implementei outra funcionalidade para o blogue: um filtro por tags usando o JavaScript. A ideia é simples, mas eficiente: ao acessar a URL com uma tag específica, o script filtra os posts relacionados e os exibe de forma organizada, mostrando título, conteúdo, data e as tags.

O processo é intuitivo: o código seleciona os elementos necessários para exibir o título da tag e o contêiner das publicações. Ele verifica se há uma tag na URL, filtra as publicações e as exibe, criando dinamicamente os elementos HTML correspondentes. As tags também se tornam links, direcionando ê usuárie para páginas com resultados semelhantes. Caso nenhuma publicação seja encontrada ou a tag não esteja presente, uma mensagem é exibida.

Para garantir que o código funcione direitinho, eu adicionei logs que monitoram cada ação e fornecem feedback constante. O resultado final é uma página dedicada que exibe apenas as publicações com as tags filtradas. Como as publicações estão armazenadas em um arquivo JSON, adicionar novas publicações é simples — basta seguir um modelo claro no código, o que torna o processo ágil e eficiente, especialmente trabalhando diretamente pelo celular e focando no frontend. Imagina o que eu poderia fazer com um computador, né? (rs)

Evolução dinâmica

Comparando com algo que eu fiz no passado, a filtragem de publicações agora é dinâmica, ao contrário da versão anterior, que era estática. Antes, elas eram filtradas manualmente; agora, a lógica busca automaticamente a publicação mais recente entre as já existentes. Esse é um grande avanço, pois estou lidando com dados externos (carregamento de página) e garantindo que as informações se atualizem sozinhas, sem necessidade de intervenção manual.

Isso me lembra da barra de pesquisa e da barra de ordenação do website Múltiplas Identidades, onde também implementei filtros. Lá, eu trabalho com texto livre (pesquisa) e critérios de ordenação como data e relevância. Já neste projeto, a filtragem por tags específicas proporciona uma experiência mais segmentada e ajuda ê usuárie a encontrar o conteúdo exato que procura, enquanto no site anterior a busca era mais ampla, com termos gerais.

Vejo essa evolução como o reflexo de tudo o que aprendi. Cada nova funcionalidade que implemento aumenta minha confiança e compreensão de como organizar o código e manipular dados de maneira eficiente. O progresso é visível, e me sinto cada vez mais confortável em construir soluções dinâmicas e escaláveis. Aprendi também a lidar com falhas e imprevistos, o que é fundamental para garantir que o site funcione bem em diversas condições.

No início, trabalhar assim parecia impossível, mas com muito esforço, consegui superar as limitações do celular e construir algo funcional. Agora, imagino o que poderia alcançar com um PC! Com mais poder de processamento, mais espaço de tela e ferramentas mais avançadas, poderia expandir ainda mais este projeto, integrar novas funcionalidades e oferecer novas experiências aes usuáries.

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